quarta-feira, 23 de maio de 2012

E Agora, José? 
O poeta Carlos Drummond De Andrade, escreveu um poema muito simples mas de beleza e signigicados muito profundos. 
 O poema gira em torno de várias perguntas, todas entrelaçadas a um tal José. Proporciona pensar que Drummond queria colocar toda a condição humana diante daqueles questionamentos Ele diz:
                        E agora José?
                        A festa acabou,
                        a luz se apagou,
                        o povo sumiu,
                        a noite esfriou,
                        e agora josé,
                        e agora você?
   Ao colocar esse tal José diante da dureza do '' agora'' o poeta parece querer forjar uma reação positiva, como se desejasse acordar José de uma espécie de LETARGIA PARALISANTE.
  O agora está ai, e é preciso reagir. Não há para onde fugir.
  O agora parece condensar toda a dureza da vida de maneira que José não tem para onde ir, se não para dentro de si mesmo. José não tem por quem procurar se não por ele mesmo.
  O poeta quer fornecer a interpretação do sofrimento. E continua a mostrar a realidade ao José:
                      Está sem mulher,
                      está sem discurso,
                      está sem carinho,
                      já não pode beber,
                      já não pode fumar,
                      já não pode beber,
                      cuspir já não pode,
                      a noite esfriou,
                      o dia não veio,
                      o bonde não veio,
                      o riso não veio,
                      não veio a utopia,
                      e tudo acabou,
                      e tudo mofou,
                      e agora josé?
                      
 O poeta realiza o mesmo caminho que o sofrimento realiza na vida humana. Encaminha para a pergunta fundamental- E agora?
   As estradas que eram tantas foram reduzidas, é preciso escolher o que faremos. Já não temos mais tudo o que tinhamos, e a insistencia da pergunta é para acordar José. Diante do sofrimento não podemos dormir, é preciso velar, buscar caminho, mas não o caminho fácil, das FUGAS, e sim o mais exigente, o mais tenebroso o mais cruel- que nos leva a nós mesmos.



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